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Suspeito de assassinar família em Agudos invadiu casa das vítimas pelos fundos e matou o homem mais velho primeiro, diz polícia

A investigação da Polícia Civil de Agudos (SP) aponta que o suspeito de ter assassinado três pessoas da mesma família, na sexta-feira (24), invadiu a casa das vítimas e teria matado primeiro Aparecido Carrasco, de 74 anos, antes de também matar a esposa dele, Joana Carrasco, de 70 anos, e o genro do casal, Valdinei de Sousa, de 57. O principal suspeito de ter cometido o crime é um adolescente de 15 anos, que foi encontrado morto na segunda-feira (27).

De acordo com o delegado Marcos Jefferson, responsável pela investigação, a polícia acredita que o autor do crime pulou o muro dos fundos da casa e, diante da dinâmica de como os corpos foram encontrados, o primeiro a ser agredido teria sido Aparecido Carrasco, que estava em um corredor entre a sala e a cozinha da residência, mais próximo ao segundo cômodo.

“A gente sabe que o primeiro agredido foi o senhor na cozinha. O autor do crime foi dos fundos para a frente, acessou pelos fundos da casa, começou o crime pelos fundos, indo em direção à frente da casa”, revela.

Os corpos das outras duas vítimas foram encontrados em outros cômodos, sendo Joana Carrasco na cozinha, bem ao lado do fogão, e o genro dela, Valdinei de Sousa, na sala. Os três apresentavam marcas de facadas no pescoço.

Vítimas foram encontradas com sinais de violência em Agudos (SP) (Foto: Arquivo pessoal)

O principal suspeito de ter cometido o crime, um adolescente de 15 anos, era vizinho do casal de idosos. Segundo as investigações, o jovem desapareceu logo após a localização dos corpos e costumava fazer uso de drogas no telhado da casa dele, que dá para os fundos da residência das vítimas.

Ele foi encontrado morto, na segunda-feira (27), em um prédio abandonado, em Bauru (SP), cidade a 20 km de Agudos, município ocorreu o triplo homicídio. A polícia não sabe se a morte do adolescente foi acidente, suicídio ou homicídio.

Em depoimento à polícia, a irmã do adolescente contou que, no dia do crime, escutou passos no telhado e, na sequência, o irmão teria descido, tomado banho, colocado roupas em um saco e saído, voltando 40 minutos depois, quando a polícia já estava na residência das vítimas.

O adolescente permaneceu em casa durante o atendimento da polícia à ocorrência e saiu depois para encontrar um amigo na residência dele, onde passou a noite de sexta-feira (24) para sábado (25), não sendo mais localizado pela própria família.

Apesar das suspeitas, o delegado afirma que os investigadores aguardam ainda os exames necroscópico das vítimas, laudos periciais e análise de imagens de circuito de segurança próximo à residência para poder desvendar a autoria, motivação e cronologia do crime, que causou comoção em Agudos, cidade de 37 mil habitantes no interior de SP.

“A gente continua estudando todas as linhas de investigação. Essa do adolescente ganhou um certo vulto, mas precisamos de provas. Estamos colhendo vídeos próximo ao local, precisamos de provas da perícia, de laudos”, pontua Marcos Jefferson.

De acordo com ele, pode se tratar de um caso de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, que pode ter sido mal sucedido, já que inicialmente nada foi levado das vítimas; homicídio motivado por vingança ou algum desentendimento, entre outras motivações que ainda estão sendo apuradas.

Ainda de acordo com o delegado, a arma utilizada no crime, possivelmente uma faca, não foi localizada, e o princípio de incêndio no fogão registrado no local pode ter sido uma forma do suspeito de tentar apagar evidências do crime, inicialmente registrado como triplo homicídio.

Três pessoas da mesma família foram encontradas mortas em Agudos (SP) (Foto: Mayky Araújo/TV TEM)

Além disso, a polícia tenta apurar se o genro das vítimas foi morto depois do assassinato dos idosos. Isso porque Valdinei costumava passar na casa dos sogros após realizar exercícios pela manhã e, segundo a viúva dele, no dia do crime, ele saiu sem celular. Preocupada com o marido, ela tentou falar com os pais, mas sem sucesso.

Como ela não conseguia contato com o marido e nem com os pais, decidiu ir até a casa, onde encontrou os três mortos. Os corpos das vítimas foram velados e enterrados no sábado (25), no Cemitério Municipal de Agudos.

Adolescente morto

O menor de idade, de 15 anos, suspeito do triplo assassinato, foi encontrado morto, na manhã de segunda-feira, em um prédio abandonado na Rua Doutor Adolpho Miraglia, na Vila Regina, em Bauru, e, segundo a Polícia Militar, com ferimentos nas costas. O caso foi registrado como morte suspeita no 3º DP de Bauru.

Adolescente suspeito de triplo assassinato foi encontrado morto em prédio abandonado em Bauru (Foto: Reprodução/Google Street View)

Em depoimento, a mãe e a irmã do adolescente contaram que o jovem era usuário de drogas e apresentava comportamento agressivo, além de misturar o consumo de álcool com remédios.

Segundo o delegado, dias antes do crime, o adolescente agrediu a mãe por ela ter retirado o celular dele. Durante a investigação, outras testemunhas contaram, ainda, que viram o jovem com um celular “velho” e “conservado”, possivelmente de uma das vítimas dos assassinatos.

Ele era considerado desaparecido desde o dia dos homicídios. Durante o período, segundo testemunhas contaram à polícia, chegou a encontrar um amigo, quando o adolescente teria gastado R$ 360 em roupas e contou para ele que iria para Bauru. A polícia apura se o dinheiro era das vítimas.

Casal de idosos e genro encontrados mortos são velados em Agudos (SP) (Foto: Reprodução)

 

Fonte: G1

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