O governo de São Paulo determinou nesta terça-feira (22) medidas de endurecimento da quarentena com o aumento nas restrições de funcionamento de bens e serviços em todo estado. De acordo com o anúncio, apenas serviços essenciais como transporte, saúde, padarias, mercados e farmácias poderão funcionar nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e 1, 2 e 3 de janeiro.
“A gente precisa lembrar que não estamos em um momento de festas, nem de aglomerações. É nesses momentos que esse risco de descontrole da pandemia acontece e o mundo inteiro agora está aplicando medidas específicas neste momento. São Paulo sempre se diferenciou do resto do Brasil por honrar o seu compromisso de tomar as decisões no momento necessário e é isso que estamos fazendo agora”, disse a secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen.
A mudança só não será temporária para Presidente Prudente. Por conta do avanço nos casos e da falta de leitos de UTI, a região passa a ficar, até a próxima reclassificação, na fase vermelha, a mais restritiva do plano de flexibilização econômica.
“Essas medidas que nós estamos tomando são medidas duras, nenhum de nós aqui gosta de tomar esse tipo de medida, a gente sabe o sacrifício que todos estão fazendo, a gente sabe o sacrifício que setores da economia têm enfrentado nesse período, mas nós temos que fazer uma opção, a opção pela segurança, a opção por não corrermos riscos”, afirmou o secretário-executivo do comitê de saúde, João Gabbardo.
“A primeira coisa é reclassificar a região de Presidente Prudente para a fase vermelha. Nós tivemos aqui um compromisso com vocês de que se em qualquer momento uma região passasse para fase vermelha, nós faríamos uma reclassificação extraordinária e isso aconteceu de ontem para hoje, porque Presidente Prudente alcançou 83% de ocupação de leitos e, por isso, está passando para a fase vermelha”, afirmou Patrícia Ellen.
O governo também anunciou que em janeiro nenhuma região vai para fase verde, a menos restritiva, e que a reclassificação do estado, que estava marcada para o próximo dia 4, foi adiada para o dia 7 de janeiro.
“Em janeiro, nenhuma região irá para fase verde. Isso foi uma recomendação do Centro de Contingência. É muito importante nós entendermos o momento que estamos vivendo”, completou a secretária.
As mudanças foram divulgadas pelos integrantes do Centro de Contingência da Covid-19, na sede do Instituto Butantan, na tarde desta terça-feira (22).
Profissionais de saúde
De acordo com Gabbardo, a evolução do número de casos e aumento da ocupação de leitos de UTI podem levar regiões a enfrentarem um colapso do sistema de saúde. Ainda conforme o secretário-executivo, o estado já enfrenta dificuldades para atender a atual demanda.
“Nós estamos em uma situação em que se aumentar mais o número de casos, aumentar mais o número de internações nós podemos começar a enfrentar o colapso no atendimento. Nós temos uma situação muito difícil no momento que é a disponibilidade de profissionais, a disponibilidade de médicos, a disponibilidade de enfermeiros, de fisioterapeutas, muitos falam da abertura de leitos em hospitais de campanha, talvez se nós aumentássemos ou criássemos um hospital de campanha, nesse momento, nós teríamos muita dificuldade de conseguir os profissionais de cumprir com as escalas necessárias para o atendimento nesses novos leitos”, explicou.
Fonte: G1