As investigações da morte de Vanessa Veroneze Francisco, de 36 anos, que foi sequestrada e morta com um tiro na nuca em São Pedro (SP) tiveram uma reviravolta. Antes, considerado uma das vítimas do crime no sítio da família, o marido da mulher, agora, passou a suspeito após apresentar diferentes versões sobre o caso, segundo a polícia.
O homem foi preso temporariamente e encaminhado à Delegacia de Especializada em Investigações Criminais (Deic), de Piracicaba (SP), na tarde desta quarta-feira (20). O marido nega a participação no crime. Ele foi preso temporariamente. Caso corre em segredo de Justiça.
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Reviravolta
O marido que, inicialmente, também era considerado vítima de tentativa de latrocínio, se tornou suspeito após incoerências nas versões que apresentou sobre o crime, de acordo com o delegado do caso, Marcel Souza.
“Nós conseguimos a obtenção de elementos materiais que demonstram diversas inconsistências nessas versões oferecidas pelo marido da vítima. Até então, a única testemunha, a única pessoa que poderia nos oferecer maiores subsídios para a continuidade das investigações”, diz o delegado.
Latrocínio
O caso, inicialmente, era investigado como latrocínio. O crime ocorreu no dia 27 de novembro na área rural de São Pedro.
Laudo da morte
O laudo pericial do exame necroscópico realizado no corpo de Vanessa Veroneze Francisco, de 36 anos, apontou que a causa da morte foi “traumatismo cranioencefálico”. Segundo a polícia, o ferimento foi produzido por “agente perfuro contundente”, ou seja, uma arma de fogo.
A informação foi divulgada no último dia 8 de dezembro pelo delegado do caso, Marcel Willian Oliveira da Sousa. De acordo com ele, além do resultado do laudo, a investigação também avançou com buscas.
Nesta semana foram feitas diligências na área rural de São Pedro e apreendidos documentos, que estão sendo analisados pela polícia. “Novos depoimentos foram e serão colhidos”, informa o delegado.
Arma encontrada
A investigação já encontrou uma arma, em uma porteira na área do sítio. Ela pertence ao sogro da vítima, segundo informou a Delegacia de Investigações Criminais.
Durante investigação da Polícia Civil, uma espécie de “manuscrito” em uma parede de construção existente no sítio, apontava a existência do revólver que teria sido usado para matar Vanessa.
Ainda segundo a polícia, ainda não é possível afirmar que se trata do mesmo revólver, usado no crime contra Vanessa. Um exame pericial deverá apontar se a arma apreendida foi usada para matar a mulher. Os dizeres também apontavam um possível envolvido no crime, segundo afirmou o delegado.
Latrocínio
A Polícia Civil esclareceu que, até o último dia 8 de dezembro, ainda não tinha fechado uma única linha de investigação e afirmou que seguia com as buscas e apurações e trabalha com todas as possibilidades.
Em relação à ausência do marido da vítima no dia das diligências, o delegado explicou que iria verificar se ela era temporária ou definitiva.
A natureza do crime, segundo o delegado, continua a ser tratada como latrocínio, que é o roubo seguido de morte.
O crime
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal estava no sítio, quando ouviu durante a madrugada um barulho na área externa. O homem relata que a mulher disse que seu irmão a chamava e abriu a porta, quando foi rendida por um criminoso armado.
O homem também foi rendido e o assaltante a todo momento pedia dinheiro. Ele vasculhou a casa, com a mulher de refém, e encontrou R$ 6 mil em dinheiro. Ainda conforme o relato aos policiais, o homem foi obrigado a dirigir até a entrada do sítio, saiu do carro e levou uma pancada na cabeça.
Ele relata que ficou atordoado e não conseguiu ver para onde a esposa foi levada. A Polícia Militar fez buscas pelo local e encontrou o carro atolado e a mulher já morta, a cerca de 1 quilômetro do sítio, com ferimento na cabeça.
Fonte: G1