O Rio Piracicaba, em Piracicaba (SP), registra baixa vazão e tem pedras aparentes ao longo da margem na zona urbana da cidade. O manancial enfrenta as consequências de um período mais seco que o normal nessa época do ano. Por conta disso, o tradicional passeio de barcos precisou mudar de rota.
A reportagem percorreu a margem do rio no domingo (30) e flagrou a situação de seca. Em alguns trechos, os moradores conseguiam andar pelas pedras em locais antes cobertos pela água.
Veja abaixo a comparação do cenário do Rio Piracicaba cheio e durante a estiagem
O cenário reflete os números da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Conforme o boletim desta segunda (1º), o nível registrou 1,07 metro de profundidade, sendo que a média para julho é 1,47 metro.
A vazão também está bem baixa. Segundo o PCJ, a média para julho é de 60,25 metros cúbicos por segundo. Nesta manhã, o valor chegou a 24,45, ou seja, 59,42% abaixo do esperado.
Rota alternativa
Diante desse cenário, o tradicional passeio de barco pelo rio precisou mudar de rota, já que com o nível e vazão muito baixos a passagem do barco fica prejudicada em alguns locais. A atividade é uma das principais atrações turísticas na Rua do Porto.
O caminho que antes ia até a Ponte do Morato agora foi modificado para que a embarcação consiga passar. “E aí eu não fico sem o meu passeio, porque eu vivo disso”, afirmou o responsável pelos passeios, Luis Fernando Magossi, conhecido como Gordo.
“Geralmente a rota alternativa que eu faço é em agosto e setembro. Esse ano já nesse mês estamos fazendo isso. Começamos agora a estiagem e já está nesse baixo nível. Nós temos que rezar para chover, é só rezar para São Pedro, não tem outro jeito”, afirmou.
O Gordo usa um equipamento ao longo do trajeto para verificar por onde pode passar. Em um dos trechos, o motor do barco precisa ser levantado e o condutor reduz a velocidade para conseguir passar.
‘Situação triste’
A situação chama atenção de moradores e turistas que passam pela região da Rua do Porto. “A gente costuma vir aqui sempre e ver o rio cheio, bem encorpado. E ver nessa situação é bem complicado”, lamentou o empreiteiro Gustavo Henrique Pires.
“É triste de ver, a mortandade dos peixes, os animais ficam perdidos…”, afirmou a dona de casa Sílvia Bueno Quintino.
O empresário Jefferson Henrique também lamenta o cenário: “A água está mais escura, o rio está bem baixo. Normalmente dá para ver os peixes na água, mas hoje não dá, não.”
Além da situação de seca, a equipe da EPTV também flagrou lixo em vários pontos às margens do rio, situação que também chama atenção dos moradores. Foram encontradas embalagens de alimentos, chinelos, luvas e sacolas plásticas.
Fonte: G1