O protesto contra o fechamento do comércio bauruense pela fase vermelha do Plano São Paulo, realizado na manhã deste domingo (31), reuniu mais de mil veículos na avenida Nações Unidas, entre carros, motocicletas, caminhões e triciclos, segundo a organização. As frases escritas nas faixas e nos veículos reivindicavam a abertura definitiva do Hospital das Clínicas (HC) como hospital geral e a ampliação dos leitos hospitalares em Bauru. Os manifestantes também demonstraram apoio à prefeita Suéllen Rosim e às denúncias feitas pelo promotor de Saúde Pública de Bauru, Enilson Komono, e pediram a saída do governador do Estado de São Paulo, João Doria.
Em nota, o Estado informou que respeita o direito de manifestação política, garantida pela Constituição Federal, mas voltou a ressaltar que a região de Bauru possui, atualmente, a maior taxa de ocupação de leitos de UTI do Estado e que a Secretaria de Estado da Saúde investiu cerca de R$ 357 milhões somente na cidade em 2020 (leia a nota na íntegra abaixo).
O trio elétrico que puxou a carreata saiu às 10h da quadra 17 da via, onde estava marcada a concentração, seguiu para a rotatória da avenida Nações Norte e depois foi até a rotatória da Ceagesp. O encerramento ocorreu em frente ao Parque Vitória Régia, por volta das 11h30. Durante o trajeto, os manifestantes acabaram espaçados por conta dos semáforos da avenida.
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bauru e Região (Sincomércio), Walace Sampaio, um dos organizadores, ao menos mil veículos participaram do protesto deste domingo. “Isso demonstra que a cidade está unida, com um objetivo em comum. Nós queremos que o Estado faça sua parte de abrir mais leitos e oferecer atendimento hospitalar para todos que precisarem, mas que o município tenha autonomia para decidir quais as medidas de enfrentamento à pandemia que serão tomadas”, opina.
Quem compartilha desta opinião é o presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), Reinaldo Cafeo, que também integrou a organização da carreata. “Nós prezamos pelo olhar local, para que não haja uma imposição pelo comitê de contingenciamento da Covid-19 que está lá em São Paulo apenas analisando números, e não entendem a realidade da cidade. Queremos que eles respeitem a gestão local e abram mais leitos hospitalares”, pondera.
Já o Paulo Martinello, representante do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP) em Bauru, vice-presidente da Acib e representante do Sindicato dos Contabilistas de Bauru (Sindcon), que também organizou a manifestação, afirma, ainda, que os comerciantes não querem mais que as lojas sejam fechadas como ocorreu no ano passado. “É um momento complicado e eles estão preocupados. É preciso que o Estado comece a fazer sua parte para evitar essa situação”, diz.
Segundo Reinaldo Cafeo, outras entidades bauruenses apoiaram o protesto deste domingo, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação dos Maçons de Bauru e Região (Assoma), Sindicato dos Empregados no Comércio de Bauru (Sincomerciários), Associação Paulista de Medicina (APM) e a Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Fonte: JCNet