O pesquisador Alessandro Francisco Talamini do Amarante, professor titular do Departamento de Biodiversidade e Bioestatística – setor de Parasitologia do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp – Câmpus de Botucatu, foi entrevistado pela reportagem do programa Globo Rural, da Rede Globo, a respeito da papeira, principal doença que acomete cabras e ovelhas. A doença possui o nome popular de papeira devido ao parasita Haemonchus, que se alimenta do sangue de cabras e ovelhas causando inchaço submandibular, sintoma que inicialmente pode ser confundido pelos criadores por picada de abelha ou cobra. A edição do programa foi ao ar no dia 2 de junho.
Alessandro possui experiência em Doenças Parasitárias de animais, atuando principalmente em epidemiologia, diagnóstico e profilaxia das parasitoses de ruminantes e, em entrevista, explica como a pesquisa a respeito da papeira apresenta alternativas efetivas em relação ao controle do parasita causador da doença e ações que ajudam os produtores a conviverem com os rebanhos contaminados.
O docente alerta sobre a importância da realização de exames para a identificação de sintomas e monitoramento de infecções. “Não são todos os animais que estão com o parasita que desenvolvem a doença. Ela pode aparecer quando a imunidade está baixa, deixando, inclusive, a mucosa do olho do animal branca”, explica Alessandro.
Por meio de pesquisas desenvolvidas na Unesp, o professor Alessandro destaca dois aspectos que merecem atenção neste cenário: nutrição e genética. “Com a nutrição de qualidade os animais têm a condição de se desenvolverem e terem uma resposta imunológica melhor em relação aos parasitas, estabelecendo uma relação de equilíbrio”, afirma.
O médico veterinário Mateus Mena é aluno de doutorado do docente e está desenvolvendo um experimento que testa a eficácia do bagaço de uva como novo recurso utilizado para complementar a alimentação das ovelhas e cabras. Durante a pesquisa também são realizados exames de sangue para análises clínicas e estudos realizados no Laboratório de Helmintologia Veterinária do IBB/Unesp. O trabalho também conta com a participação do biólogo César Bassetto, pós-doutorando do laboratório. Ele atua com identificação de animais resistentes e susceptíveis ao Haemonchus.
No campo da genética, o professor Alessandro destaca como os estudos realizados na universidade apontam a existência de raças mais resistentes e com grau de infecção baixo. O docente José Gabriel Gonçalves Lins, professor do Departamento de Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp – Câmpus de Botucatu destaca como os estudos realizados na universidade indicam quais são os animais mais resistentes ao parasita e a importância de conscientizar os produtores sobre seleção genética.
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