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Bebê de 8 meses morre após dar entrada em hospital com sinais de maus-tratos em Campinas; padrasto foi preso

Um bebê de 8 meses morreu após dar entrada no hospital com sinais de maus-tratos, na manhã desta terça-feira (5), em Campinas (SP). O padrasto, de 24 anos, foi preso. Inicialmente, houve a suspeita de abuso sexual, após a médica que atendeu a criança apontar indícios de violência física. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML), entretanto, descartou preliminarmente o abuso.

Segundo o delegado Mateus Rocha, o legista apontou que os sinais identificados pela médica do Hospital Ouro Verde são de um fenômeno natural do corpo em casos de mortes violentas – o bebê morreu por trauma crânioencefálico, por conta de uma queda.

“Em um primeiro momento, o socorrista que atendeu a criança detectou que havia alguma anomalia na região íntima da criança. Com base nisso, reportou uma suspeita de violência sexual. (…) Foi verificado que na verdade, o que pode ter ocorrido é um fenômeno normal em casos de morte violenta, que é o relaxamento muscular, inclusive dessa região”, disse o delegado.

Apesar do apontamento, ainda serão realizados outros exames laboratoriais, mas em princípio, a Polícia Civil descartou a violência sexual e registrou o caso como maus-tratos.

Criança foi levada para o Hospital Municipal Ouro Verde, em Campinas (Foto: Reprodução/EPTV)

‘Engasgado’

De acordo com a Polícia Militar, a família chamou o Corpo de Bombeiros no início da manhã alegando que a criança havia engasgado. No entanto, os agentes se depararam com sinais de agressão.

O bebê foi levado imediatamente para o pronto-socorro do Hospital Ouro Verde, mas não resistiu. No local, uma médica identificou marcas suspeitas e chamou a PM.

Somente após a chegada dos policiais é que o casal foi informado sobre a morte. A mãe estava bastante nervosa e chorou. Já o padrasto estava bastante agressivo, segundo a polícia.

Além disso, pessoas que estavam no local relataram que o homem chegou a solicitar um carro por aplicativo para ir embora do hospital, mas foi impedido.

O padrasto e a mãe foram levados para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Inicialmente detida, a mãe, de 19 anos, foi liberada deve responder em liberdade.

Já o companheiro dela ficou preso e deve passar por exame de corpo de delito. Familiares e outras testemunhas também devem ser ouvidos ao longo da tarde.

À reportagem, pessoas que conhecem a família disseram que o homem ficava com o bebê para a mãe trabalhar. Ele está desempregado e a casa é sustentada pela mulher.

O que a mãe e o padrasto disseram à polícia?

Questionada sobre os sinais de violência, a mãe teria dito que deixava a criança com o padrasto para que pudesse trabalhar. Nos últimos dias, relatou ter percebido que a criança estava com “algumas marcas que fugiam da normalidade”.

Ela afirmou que já havia pedido a separação, mas que não foi atendida pelo suspeito e não conseguia terminar o relacionamento.

Já o padrasto teria dito que acordou, percebeu que a criança não estava respirando e acionou o Corpo de Bombeiros. Relatou ainda que “não sabe o que aconteceu com a criança, que não é bandido, não é criminoso e que não tem conhecimento do que pode ter acontecido”.

 

Fonte: G1

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