A queda do avião em Itapeva (MG) que matou sete pessoas aconteceu por “falha estrutural”, pois as “asas se partiram”. Assim avaliou o professor de engenharia mecânica da USP São Carlos Fernando Catalano, que é especialista em aerodinâmica.
“É muito cedo, mas a gente pode já afirmar que teve uma falha estrutural, porque as asas se partiram, elas se destacaram do avião. Por que isso aconteceu? Isso a gente não sabe, mas fica evidente que foi uma queda separada da fuselagem e das asas”, disse Catalano.
O caso segue em investigação pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). Técnicos do órgão estão em Itapeva e trabalham nas apurações sobre o acidente aéreo.
Com as investigações em andamento, o especialista ressaltou que as possibilidades da queda “são enormes”. Ele destacou que, pelo que se vê nas imagens e pelos relatos do acidente, o avião estava em “queda livre”.
“O fato da fuselagem ter se destacado das asas significa que o avião não estava mais voando, ele estava em queda livre. O avião só voa com as asas e como as duas asas quebraram por algum motivo que a gente não sabe, essa fuselagem veio caindo de maneira totalmente aleatória”, falou.
“O trem de pouso se abriu. Acho muito difícil que o piloto tenha acionado os trens de pouso para aumentar as hastes, em uma velocidade muito grande isso seria até pior. Infelizmente ele não tinha muito o que fazer. O avião teve uma queda livre e caiu, e a hora que caiu estava de cabeça para baixo”, completou Fernando Catalano.
O acidente
O avião caiu na manhã deste domingo (28) no Bairro Monjolinhos, na zona rural de Itapeva. De acordo com o Corpo de Bombeiros, antes da queda, a aeronave se desintegrou no ar. Sete pessoas estavam na aeronave, sendo cinco passageiros e dois tripulantes. Todos morreram.
A aeronave saiu do Aeroporto dos Amarais, em Campinas (SP), às 10h09, com destino a Belo Horizonte (MG). O avião, modelo Piper PA46, chegou ao Campo dos Amarais na sexta-feira (26), às 12h48, e permaneceu em hangar particular.
Entre as vítimas estavam dois empresários. Um sócio deles explicou que as famílias estavam em Campinas, na semana passada, para uma premiação. Antes de voltarem a Belo Horizonte, decidiram passar o fim de semana na chácara de um amigo, em Itu (SP).
Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave de matrícula PS-MTG foi fabricada em 1996 pela Piper Aircraft, é registrada como uma aeronave de serviço aéreo privado e não possui permissão para realizar táxi aéreo. Ela estava com situação normal para aeronavegabilidade.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, antes da queda, a aeronave se desintegrou no ar. A médica-legista que esteve no local para remoção dos corpos informou que aeronave se partiu em três fragmentos maiores e outros menores. Os destroços foram encontrados em um raio de 1 km de distância, segundo os Bombeiros.
Até o momento não há informações precisas sobre as circunstâncias do acidente. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado e vai conduzir os trabalhos.
As vítimas
Sete pessoas estavam na aeronave, sendo cinco passageiros e dois tripulantes. Todos morreram.
As vítimas são:
- Marcílio Franco da Silveira, 42 anos: Empresário e marido de Raquel. Marcílio era o fundador da Credfranco e Presidente da Anec. Marcílio será velado e sepultado em Belo Horizonte junto com a esposa e o filho.
- Raquel Souza Neves Silveira, 40 anos: Esposa de Marcílio. Raquel será velada e sepultada em Belo Horizonte junto com o marido e o filho.
- Antônio Neves Silveira, 2 anos: Filho de Raquel e Marcilio. Antônio será velado e sepultado em Belo Horizonte junto com os pais.
- André Rodrigues do Amaral, 40 anos: Empresário. André era Conselheiro Administrativo da ANEC e sócio de Marcílio na Credfranco. André vai ser velado e sepultado em Carmópolis de Minas (MG), cidade natal dele, junto com a esposa.
- Fernanda Luísa Costa Amaral, 38 anos: Esposa de André. Fernanda vai ser velada em Carmópolis de Minas junto com o marido.
- Geberson Henrique Tadeu Chagas Pereira: Piloto.
- Gabriel de Almeida Quintão Araújo, 25 anos: Copiloto.
Fonte: G1