A Polícia Militar Ambiental resgatou um lobo-guará macho, na quarta-feira (24), no Centro de Lourdes (SP). O animal estava assustado, com sinais de desnutrição e feridas pelo corpo. A espécie está na lista dos ameaçados de extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Logo após o resgate, o lobo foi levado para a Mata Ciliar de Araçatuba (SP) nesta quarta-feira (24). Os veterinários constataram que o animal está com sarna e necessita de atendimento devido aos ferimentos.
Segundo a instituição, na manhã desta quinta-feira, o lobo-guará apresentou melhoras e já consegue se alimentar sozinho. Ele recebe suplementos alimentares para recuperar a massa corporal.
A equipe da Associação Mata Ciliar reforça que casos de animais silvestres infectados por pragas têm sido mais frequente e pede que a população redobre os cuidados com os bichos domesticados.
Espécie ameaçada de extinção
O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo da América do Sul. Um animal adulto chega a medir 1,30 metro de corpo, além de 40 centímetros de cauda, podendo atingir um metro de altura e mais de 20 quilos. É da família dos canídeos e pertence a um gênero composto por uma única espécie.
Seus parentes distantes do gênero Canis, como o lobo-cinzento e lobo-vermelho, só existem nas Américas, do México para o Norte, partes da Europa e da Ásia.
Apesar do porte e da aparência, é animal inofensivo ao homem, de comportamento dócil, e raramente há briga entre eles. O nosso lobo ‘bom’ vive em campos abertos, no caso do Brasil no Cerrado, Campos Sulinos, na Caatinga e na borda do Pantanal. Também pode ser encontrado na Argentina, Paraguai, Bolívia e em uma pequena parte dos territórios do Uruguai e Peru.
O lobo-guará é onívoro, alimenta-se principalmente de roedores, pequenos répteis, caules doces, mel, aves e frutos. A gestação deste animal dura em torno de 62 a 66 dias, com ninhadas de até seis filhotes.
No passado, acreditava-se que a diminuição da população do lobo-guará no Brasil era decorrente da perda de habitat. Mas em 2005 o resultado de um encontro de pesquisadores revelou que o preconceito, desconhecimento e superstição superam a ameaça da diminuição do território.
O lobo-guará ainda é caçado para a retirada dos olhos como amuleto e por donos de propriedades rurais, com o argumento de evitar o ataque a aves e pequenos animais.
Fonte: G1