O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), coordenado pelo Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET, órgão ligado ao MAPA), coma participação de outros Institutos e órgãos federais ligados à meteorologia, emitiram um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro de 2021para 5 estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Este alerta está associado à escassez de precipitação para a região hidrográfica da Bacia do Paraná, onde se concentra parte da produção agropecuária e de energia das grandes hidrelétricas. É o primeiro alerta dessa natureza em 111 anos.
O SNM alerta que o índice de precipitação na maior parte da bacia hidrográfica apresenta-se moderado a extremo, considerando os últimos 6 e 12 meses, bem como em uma análise de um período mais longo, dos últimos 48 meses. Ou seja, a situação atual de déficit de precipitação é severa, alerta.
Estudos
Estudos realizados pelo SNM, alertam que as perspectivas climáticas para 2021/2022 indicam que a maior parte da região central do país, a partir de maio até final de setembro, entra em seu período com menor volume de chuvas (estação seca).
De acordo com o SNM, o déficit de precipitação na bacia do Paraná está provavelmente relacionado à influência de dois fenômenos atmosféricos de grande escala. O primeiro é La Niña, de outubro de 2020 a março de 2021. O fenômeno traz resfriamento das águas do Oceano Pacífico, diminui a temperatura da superfície do mar, altera o padrão de circulação global e, entre as características do período, reduziu chuvas no Sul do Brasil.
O segundo é a Oscilação Antártica (OA), responsável por alterar o padrão de pressão atmosférica na região. Desde outubro de 2020 a OA tem atuado para impedir que sistemas causadores de chuvas se desloquem sobre as regiões continentais da América do Sul.
O problema da seca é antigo
A situação de escassez hídrica, no entanto, é anterior. Segundo levantamento feito pelos órgãos a partir da análise de chuvas entre outubro de 2019 e abril de 2021 na bacia do Paraná, apenas em dezembro de 2019, agosto de 2020 e janeiro de 2021 as precipitações ficaram acima da média.
“Durante a maior parte do período houve predomínio de déficit de precipitação, principalmente a partir de fevereiro de 2021. Essa característica se mantém no mês atual, com acumulado parcial de 27 milímetros para a bacia, ou seja, abaixo do acumulado Climatológico que é de 98 milímetros.”
Fonte: Clima Tempo