Moradoras que auxiliaram um casal a localizar seu filho de 7 anos, que ficou cerca de cinco horas trancado dentro de uma escola de Piracicaba (SP), na noite desta segunda-feira (23), afirmaram que a diretora não foi abrir a unidade após pedidos de quem o procurava, que viram uma luz sendo acendida no prédio.
O garoto foi localizado após a comunidade se mobilizar e realizar o arrombamento de portas para encontrá-lo, na Escola Municipal Professora Tercilia Bernadete Sanches Costa, no bairro Monte Rei.
Segundo a mãe do garoto, uma babá busca ele e seu irmão na escola diariamente, mas nessa segunda-feira não pôde ir e eles voltariam com colegas que moram no mesmo condomínio. Quando um dos filhos chegou em casa, não soube dizer o que ocorreu com o irmão.
“Falou: ‘O mãe, eu não vi’. Aí ele já entrou em desespero também, já pensou que era culpa dele. Aí eu perguntei: ‘E a professora, o que ela fala?’. ‘Ela não viu ele sair. Ele estava junto com as crianças, não viu sair’. Mas como não viu sair, né?”, questionou.
Segundo boletim de ocorrência registrado sobre o caso, ele desapareceu a partir das 17h30.
Em uma conversa com a mãe do estudante, a chefe da unidade afirma que uma funcionária chegou a procurar pelo garoto na escola:
Mãe da criança: “Andréia, será que por acaso ele não ficou dentro da escola, em alguma sala, dentro do banheiro, em algum lugar assim?”
Diretora da escola: “Eu pedi pra minha orientadora ir lá na escola. Ela foi e me falou que não encontrou. Ela foi lá, abriu toda a escola, procurou e não achou ele não. Ela me disse que foi dar uma voltinha lá no campo do Boa Esperança. Diz que fica bastante criança lá. To esperando ela me dar um retorno”.
O sumiço do estudante de 7 anos mobilizou a comunidade. “Era por volta das 19h quando a mãe fez contato comigo passando a situação. Ela estava muito aflita, desesperada, quem é mãe sabe, e ela pediu para eu colocar em um grupo interno do condomínio, grupo informativo. Aí eu coloquei e o pessoal começou a me ligar: ‘Raquel, como essa criança está, desde quando, como assim?’”, contou Raquel Gomes, síndica do condomínio onde a família mora.
“Ficamos procurando tudo aqui no bairro, no mato, descemos, abrimos a construção, pedimos imagem daquela câmera [de uma casa em frente à escola], a mulher foi super boa com nós, deu, e aí vimos que a criança não saiu da escola”, contou Juliana Briane, síndica de outro condomínio.
Segundo ela, várias ligações foram feitas para a diretora, que não apareceu. “A gente pediu por favor para ela, venha abrir a escola, a mãe está desesperada aqui, pelo menos para a mãe ver se tá aí”.
Depois das 23h, os pais começaram a gritar pelo menino em frente e perceberam quando uma luz acendeu. Decidiram entrar, quebraram as portas e acessaram a sala de aula, onde encontraram o garoto. Segundo a família, ele está bem
“Na hora que ligaram para a diretora, era para ela ter se colocado no lugar da mãe e vindo abrir a escola de novo. Falaram para ela se verificaram tudo, mas não viram nada, e como a criança estava lá dentro?”, questiona a comerciante Marisa Nazário.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Piracicaba informou que segue em contato com a direção da escola para apurar os fatos, inclusive junto à Guarda Municipal e Polícia Militar.
Também conforme a administração, uma equipe técnica está fazendo análise de imagens de videomonitoramento para entender o que levou o menino a ficar preso na unidade. E comunicou que deve se manifestar sobre o desenrolar da apuração.
Fonte: G1 (Foto: Giuliano Tamura/EPTV)