O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), se reuniram, nesta sexta-feira (8), em São Paulo, para oficializar a intenção de compor uma aliança na disputa para o Palácio do Planalto.
Em uma carta endereçada ao PT, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, indicou Geraldo Alckmin será o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula.
“Não temos qualquer dúvida de que é o companheiro Lula quem reúne as melhores condições para articular forças políticas amplas, capazes de dar à resistência democrática a envergadura que permitirá enfrentar e vencer o bolsonarismo”, diz a carta.
Durante o evento, Lula indicou que além de comporem a chapa, Alckmin e o PSB participarão da formulação do programa de governo e de uma eventual composição do futuro governo, caso vençam as eleições.
Também participaram da reunião o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB). Ambos participaram ativamente das negociações para selar a aliança.
Iniciado no final de 2021, o movimento foi ganhando força desde que Alckmin deixou seu antigo partido, o PSDB, do qual foi um dos fundadores e foi filiado durante 33 anos.
A aliança ainda gera resistências entre setores do PT e de outros partidos de esquerda, que consideram Alckmin muito à direita do que Lula defende. Por outro lado, o ex-presidente acredita que o ex-tucano pode ser uma ponte de diálogo com empresários, o mercado financeiro e setores conservadores.
Adversários históricos, Lula e Alckmin se enfrentaram nas eleições presidenciais de 2006, quando o petista foi reeleito ao vencer o ex-tucano no segundo turno. Quando voltou a ser candidato ao Planalto em 2018, Alckmin também teceu uma série de críticas a Lula e ao PT.
Apesar da aliança selada, PT e PSB ainda buscam sanar desentendimentos nos estados, sobretudo em São Paulo. Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, os petistas não querem abrir mão de lançar Fernando Haddad, enquanto os socialistas insistem no nome de Márcio França.
As divergências impediram que ambas as legendas formassem uma federação partidária, apesar de a aliança em torno da candidatura de Lula estar confirmada.